sábado, 23 de fevereiro de 2013

O jogo das diferenças

Ficamos felizes da vida quando verificamos que a Alice tinha um pequenino sinal na pele, na zona da bochecha. Assim já não era difícil distingui-la da Olivia.
Ao sexto dia esse "sinal" já não estava lá. (badalhocos estes ingleses que dizem que é melhor não dar banho aos bebés durante as primeiras semanas*)

* Até nem havia mal caso não continuassem a seguir este aconselhamento durante o resto da vida.


PS: Sim, agora este blog só dá disto.

PS2: http://www.aliceandolivia.com! Ficamos a saber disto já depois de termos decidido os nomes.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sou eu que estou "hormonal"

ou este é o melhor video do youtube?



(é mesmo para ver)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Double trouble

Como o título diz o migrant_script está em "double trouble".

Este post é apenas uma meia novidade, pois aos leitores mais atentos essa informação já foi chegando com o desenrolar dos acontecimentos. Vejamos:

- Não tenho futuro como vidente: onde escrevi que três grandes projectos iam acontecer em 2013. Como já plantei muita árvore no Minho, e como tenho este blog, um "livro" da era digital, seguramente que ter um filho seria um dos grandes acontecimentos de 2013.
De vez enquando lá acontece: quando um ovo se divide em dois dá nisto! choque!
the XX - Angels: Não é preciso ser um sábio da genética para saber o que significa quando o par do cromossoma 23 é XX.
E hoje, 18.01.13: O carvalho, meu sobrenome e também uma árvore, neste caso genealógica, ganhou duas ramificações.

Estamos todos em boa forma e muito contentes! Eu e a Ana porque vamos ter infinitas possibilidades de fazer pequenos testes e observações do tipo nature vs nurture e as garotas porque não podiam ter tido mais sorte com os pais que lhes calharam. As próprias enfermeiras confidenciaram-nos que as apanharam a fazer comentários dessa índole.

Algumas observações sobre esta notícia, mas sem me alongar que em meia hora tenho que ir mudar umas fraldas e usar um aparelho semelhante a uma autoclave em pequena escala:

Já não é a primeira nem a segunda vez que aqui desabafo o quão dura é a vida de um farmacêutico emigrante. O dia da primeira ecografia foi outro exemplo disso, pois falhei-a devido a trabalho. Através da recomendação de um farmacêutico amigo consegui dois dias a trabalhar numa farmácia onde nunca antes tinha estado. Isto foi marcado com bastante antecedência, bem antes de sabermos qual seria a data da primeira ecografia. Como se tratava de uma farmácia independente e numa terrinha com muito bom aspecto e que até pagava bem acima da média, não desmarquei e convenci a Anita que não era apropriado desmarcar-me, isto com a perspectiva de usar o meu charme e de ficar na lista de farmacêuticos a contactar em situações futuras. (detesto chegar atrasado ou cancelar marcações, mas obviamente caso tivesse sido para uma grande companhia tipo Boots ou Lloydspharmacy tê-lo-ia feito).
Nesse dia, as 15h00 chegaram sem que a Anita, que tinha ido para a ecografia das 10h30, tivesse dado notícias. Eu estava a entrar em parafuso e com a certeza de que algo "anormal" teria acontecido. E quando se vai para a primeira ecografia vai-se com receio de muitas coisas. (não da possibilidade de gémeos, isso não passa pela cabeça de ninguém)
Quando a Anita teve oportunidade de usar o telemóvel lá trocamos estas mensagens depois de eu ter recebido uma foto onde conseguia ver dois embriões:


Agora até acho piada, mas naquele dia, e porque temos esta coisa de pregar partidas um ao outro, só acreditei quando cheguei a casa e olhei a Ana olhos nos olhos.

Outro facto feliz é que dentro do nosso grupo de bons amigos Portugueses (e nesta definição englobo um número pequeno de pessoas) a viver no Northwest da Inglaterra há um autêntico baby-boom. Cinco (!) bebés a nascer num espaço de 14 meses. Isto contraria as recentes notícias de uma forte descida da taxa de natalidade em Portugal. O jovem Português, tal como o panda ou o rinoceronte que apenas procria em cativeiro quando atinge altos níveis de conforto e baixos níveis de stress, parece atingir a zona de conforto mais facilmente fora do seu país.

Facto curioso é que desses cinco bebés, cinco são meninas! Seguramente que este facto improvável é  estatisticamente relevante para se tentar fazer uma análise Darwinista do sucedido. Qual será a vantagem evolutiva da espécie humana em gerar fêmeas quando tenta invadir um território alheio?

Quanto à gravidez em si correu tudo bem. É sempre considerada uma gravidez de risco, sobretudo pelo facto de terem partilhado a mesma placenta. Uma bebé foi (e continua) sempre mais pequenina durante toda a gravidez, um verdadeiro "palitinho", enquanto que a outra, que foi sempre mais crescida, esteve no país das maravilhas dentro do útero da mamã.
Ora bem, e com as pistas do último parágrafo resta-me terminar o post falando dos nomes das meninas. Lembram-se do post de novembro de 2010 sobre que nomes dar a filhos portugueses nascidos no Reino Unido? Não antecipei que viesse a ser tão útil. Obrigado aos que nele contribuíram de forma tão interactiva para a construção dessa lista.
Alguém adivinha os nomes? (não vale a participação de quem já o sabe por outras vias)




PS: Só agora dei esta notícia porque tinha que ter a certeza que eu era o pai. Já as vi. Sou. (isto porque houve muitos momentos que não me lembro à volta da altura estimada da concepção)
PS2: Pensei que ia chegar a rico. Not
PS3: Pensava eu que a nossa maior aventura seria deixar Portugal e trabalhar no estrangeiro. Not
PS4: Eu que sempre fui contra as armas, que sempre identifico a sociedade americana como o expoênte máximo da estupidez humana (em muito devido às armas) vejo-me agora obrigado a adquirir duas caçadeiras. No mercado ilegal, claro. Seria tão mais fácil na América.
PS5: Com todo este trabalho que envolve lidar com dois recém-nascidos já praticamente perdi o peso que ganhei durante a gravidez. Qualquer dia já começo a vestir outras cores que não preto :)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Criatividade

Criatividade é das coisas mais fascinantes no ser humano. Uma qualidade admirável.

Há lojas comerciais com nome fabulosos. Aqui na terrinha:

Cod Father - Um fish&chips

Fry Day Nights - Um take-away

Root 66 - Cabeleireiro

Fintastic - Peixaria

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Se o migrant_script não vai à neve...

a neve vem ao migrant_script. (chega a ser romântico).

E que saudades tinha eu da neve, muito fruto de uma última experiência cheia de boas memórias, Andorra em 2011. Desta vez não houve esquis, mas nem por isso deixei de "patinar".

Assim, há coisa de duas semanas calhou-me o turno da noite numa sexta-feira. E tal como o descrito na previsão do boletim meteorológico começou a nevar fortemente pelas 19h00. Inicialmente toda a gente suspirava o quão bonita era a neve e o quão divertido iria ser o fim de semana que vinha a caminho, e toda a brincadeira com as crianças que iria proporcionar. Ora, primeiro eu ia ter um fim de semana de trabalho, e segundo nem crianças para brincar na neve eu tenho, por isso fiquei indiferente e sem grande interesse. O facto de ninguém ter entrado na farmácia nas duas últimas horas de abertura, e de não ter parado de nevar por um minuto deixou-me com algum receio.
 (frente da farmácia bem antes da hora do fecho)
(parque de estacionamento, onde o meu carro estava sozinho)

Aqui começou um verdadeiro pagode. Há um portão que apenas abre ao detectar a presença do carro. O pior é que esse portão fica numa rampa com uma inclinação suficiente para que o carro, numa situação de nevão, não arranque uma vez parado. A mesma coisa já me tinha acontecido há três anos atrás. Mas desta vez estava mesmo sozinho. 
Depois de muito patinar e já a considerar dormir na farmácia, lá encontrei sal num contentor e espalhei-o à mão. Esperei uns 20 min para que a neve derretesse e lá consegui. Mesmo assim, foi mesmo à justa. Daí tive que fazer uma rua inteira em contra-mão e uma rotunda ao contrário (isto para evitar descidas que adivinhava não conseguir subir).

Decidi filmar algumas partes da minha saga com o telemóvel e editar no iMovie (não está grande espingarda, mas já valeu ter aprendido a trabalhar com o programa).


Depois de entrar na auto-estrada deixei de filmar, e apesar de estar ainda a mais de 15km de casa estava confiante que seria fácil chegar ao destino. Enganei-me. A auto-estrada estava fechada a partir do meio do meu percurso, e em Blackburn o nevão tinha sido bem pior! 


Lá acabei por chegar a casa pela 00:30. Houve zonas do percurso que as rodas do carro entraram nos regos cavados por outros carros e a parte da frente do carro fez de limpa neves a empurrar a neve. Isso deve explicar o facto de a tampa que fica por debaixo do motor se tenha partido e caído. Muita gente vi a deixar os carros encalhados e a andar ao longo das estradas e auto-estrada. Um cenário incrível.

Estacionei o carro e tirei umas fotos antes de entrar em casa:




Mas isso de chegar a casa, apesar da sensação de alivio, não me deixou descansar. Porquê? Porque no dia seguinte era Sábado de intenso trabalho. Era suposto trabalhar das 9:00-13:00 numa farmácia bem lá no meio do nada, na montanha, e depois 15:00-22:30 na minha farmácia do costume. Seguindo os conselhos da Anita, lá mandei email e sms ao responsável pela coordenação dos farmacêuticos locums da farmácia de Sábado de manhã a dizer que muito provavelmente no dia seguinte não conseguiria ir trabalhar devido à neve. Disse também que de qualquer modo ia meter o alarme para bem cedo, e que pelo menos ia tentar.

Assim foi. Apesar de ter deitado já depois da 1:00am às 6:00am já estava a pé. Já tinha parado de nevar e a estrada em frente à minha casa já estava melhor. Como estava frio, decidi, pela primeira vez de sempre, usar uma camisola de lã por cima da camisa e gravata, já que normalmente rapo frio na farmácia da terriola.

Já com pequeno almoço no bucho lá entro no carro, com quase duas horas no bolso para fazer os 40 km que me esperavam. O problema foi que apesar de ter estacionado pertinho da estrada principal, fi-lo na estrada secundária perpendicular à principal (exactamente no lugar oposto ao carro da foto acima, todo coberto de neve). O resultado foi o carro completamente atolado de neve. É que nem 5 cm ele mexeu apesar das altas rotações dos pneus. Lá fui à arrecadação exterior (e nem me vou alongar no trabalho de tirar neve para abrir portas) para ir buscar uma pá. E lá andei a tirar neve à pá durante uns longos minutos. Entrei e saí do carro umas seis ou sete vezes, com progressos na ordem dos 50cm de cada vez. 20 minutos depois lá consegui entrar na estrada, não sem antes ter tido a ajuda de outro portador de uma pá e de um bêbado que passava na rua naquela altura. A suar em pinga, tirei a camisola, liguei o ar condicionado no frio, abri a camisa e fiz-me ao caminho.
(auto-estrada praticamente limpa logo de manhã cedo! Grande trabalho durante a noite. Dá para ver muitos carros que foram deixados ao longo da auto-estrada na noite anterior)

E sem grandes incidentes lá cheguei à primeira farmácia, e depois à segunda farmácia. Só para terem uma ideia, a minha patroa que vive na mesma cidade da farmácia (embora na periferia) ficou num hotel de sexta-feira para Sábado e Sábado para Domingo como forma de garantir que não faltava ao trabalho, e ela tem um 4x4!

(quando estacionei antes de começar o turno 9:00-13:00)


PS: Agora digam lá que não é de valor um farmacêutico dedicado como este.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

28 days later

Por acaso este post é mesmo sobre os filmes 28 days later / 28 weeks later.

Quanto a filmes, sou capaz de ver qualquer tipo de filme, mas o que realmente me entusiasma é ficção científica. Si-fi daquela que nos deixa a pensar que um dia até poderia ser real, e então se meter manipulação/selecção genética, ainda mais de encontro ao meu agrado é.
Filmes tipo Incrível Hulk, Homem Aranha, X-Man, zoombies e vampirada, que são rotulados de ficção científica, já não me entusiasmam, e normalmente nem oportunidade lhes dou. Isto muito por culpa da forma "fantástica" de os americanos fazerem filmes. (Se não conseguir pensar "isto poderia ser real", já não presta, e os americanos são peritos em estragar essa magia).

Há uns meses atrás acabei por comprar no ebay o "28 days later" e o "28 weeks later". £1,49 cada já com entrega! Já os tinha visto, mas senti que tinha de os rever, e de os ter na prateleira.
São filmes britânicos, filmados no UK, o que dá um sentimento extra de familiaridade.
Aconselho, apesar de haver uma opinião bastante dispar sobre estes filmes, para mim são sem dúvida os melhores filmes sobre o tema "zoombie" (embora na realidade nem sejam realmente zoombies).
Acho que é a simplicidade das cenas e dos diálogos, que o torna mais autêntico. (Ao invés dos filmes americanos onde a acção está sempre no limite, onde os diálogos são sempre no imperativo).

E a banda sonora? Essa é inquestionavelmente a melhor de sempre:



Alguém partilha da opinião?